Pensar não é Punir!por: Sandra Lúcia de Oliveira -O Dia D -reflexões filosóficas (Centro de Filosofia Educação para o Pensar) - Florianópolis /SC

PENSAR NÃO É PUNIR! - por: Sandra Lúcia de Oliveira -O Dia D -reflexões filosóficas (Centro de Filosofia Educação para o Pensar) - Florianópolis /SC
PENSAR NÃO É PUNIR! - por: Sandra Lúcia de Oliveira -O Dia D -reflexões filosóficas (Centro de Filosofia Educação para o Pensar) - Florianópolis /SC
Interessante como dois verbos pensar e punir tem
sentidos opostos e muitas vezes na prática tão próximos. Enquanto “pensar”
significa raciocinar que é uma operação lógica discursiva e mental. Neste, o
intelecto humano utiliza uma ou mais proposições, para concluir, através de
mecanismos de comparações e abstrações, quais são os dados que levam às
respostas verdadeiras, falsas ou prováveis. Das premissas chegamos a
conclusões. “Punir” é punição, um processo no qual se reduz à probabilidade de
determinada resposta voltar a ocorrer através da apresentação de um estímulo
aversivo, ou a retirada de um estímulo positivo após a emissão de determinado
comportamento indesejado. Observo como se destacam na prática cotidiana como
paralelos no inconsciente dos grupos escolares quando o assunto é pensar a filosofia.
Peguei-me outro dia lendo um artigo em uma revista da Super Nanny
que é psicóloga e orienta os pais a forma de aplicarem disciplinas a seus
filhos. Algumas orientações são do tipo como: não gritar; dar uma advertência;
não perder o controle e colocar no “cantinho da disciplina” para pensar e
refletir o que fez de errado. No final orienta os pais a conduzir a criança a
pedir desculpas pelo mal cometido. Bom
até aqui parece que está tudo bem, mais algo me chama atenção. Como será a longo
prazo a falta de diálogo entre familiares quando essa criança já não couber no
banquinho e não ter o “cantinho da disciplina”, ou seja, a vida toda. Já dizia
Sócrates “O conhecimento está dentro das
pessoas (que são capazes de aprenderem por si mesmas). Porém, eu posso ajudar
no nascimento deste conhecimento.”
Penso que enquanto criança é mais fácil compreendê-lo
a forma como pensam entrando no seu universo, seu mundo e nas suas dificuldades
e partir para um diálogo sem reforçar essa noção de que pensar é ruim, imagino
o quanto se culpam pelo fato de errar, sabendo que a prática o levará a um banquinho
ou cantinho. Para quê? Para pensar.
E quando já adolescentes alguns pela primeira vez tem
contato com a filosofia outros não, ao descobrirem que podem pensar e refletir
e que isso traz prazer. Prazer? Como? Eu vou ter que pensar? Muitos duvidam, sim
duvidam, mas não como a arte do filosofar, mas sim em como sair do “cantinho da
disciplina” ou “das correntes que ainda os prendem na caverna” Aos poucos
descobrem o conhecimento dentro de si e se libertam ao perceber que é tudo
muito simples e que a filosofia faz parte do dia a dia de cada um.
Concluindo essa teoria quero enfatizar que é possível
desde criança a começar a refletir suas ações até porque a moral e a ética é
trabalhada desde a primeira infância. Uma das grandes áreas da filosofia
trabalha justamente essa questão da ética e da moral. Bom seria se fosse mais
valorizado a filosofia no dia a dia dos pais, educadores e educando, proporcionado
leituras e imagens para que os pequeninos vivenciassem de uma forma ampla,
alegre e extrovertida a reflexão e a curiosidade até a fase adulta. Ao
contrário que observo, muitas vezes existe uma espécie de parede entre a busca
do conhecimento e o limite em ultrapassar essa busca do “conhecer” e expor suas
ideias. A inibição da infância, aquela do “cantinho da disciplina” em que se
falava o que deveria falar para sair logo para brincar, se repete agora como
ler por ler, estudar por estudar, terminar logo para não ter de refletir. Se o
diálogo substituir a punição é possível que tenha continuidade dessa prática
como um bem para todos.
Postado em 07/03/2012 por Sandra Lúcia de Oliveira-disciplina Temas e Teoria de Filosofia, no curso de Metodologia do Ensino em Filosofia e Sociologia pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Postado em 07/03/2012 por Sandra Lúcia de Oliveira-disciplina Temas e Teoria de Filosofia, no curso de Metodologia do Ensino em Filosofia e Sociologia pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci.
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